Desde que engravidou de seu terceiro filho, Artur, Kelly Key compartilha dicas de alimentação, saúde e fitness com outras gestantes em suas redes sociais. Mas uma revelação recente da cantora gerou polêmica entre os seguidores: ela admitiu fazer suplementação de iodo por orientação médica para que o bebê tenha um bom desenvolvimento e um QI (Quociente de Inteligência, fator que mede a inteligência do ser humano) mais alto. A reação do público foi de dúvida, afinal, até pouco tempo atrás, o iodo não fazia parte da listinha de vitaminas e sais minerais fundamentais receitados às gestantes para o pleno desenvolvimento do feto. “A não ser que a mãe tivesse alguma disfunção na tireóide, suplementos do mineral sequer eram indicados. No entanto, alguns estudos recentes confirmam que a falta de iodo na mãe pode formar fetos com intelecto comprometido”, diz a obstetra Carla Kikuchi, do Hospital e Maternidade Santa Joana. Mas, atenção: não são todas as gestantes que precisam e a dosagem varia. Para a obstetra, cada caso precisa ser avaliado isoladamente. Então, nada de tomar o complemento por conta própria!
Confira as respostas para algumas das dúvidas mais comuns sobre o assunto:
Qual é o papel do iodo no organismo da gestante?
O iodo está presente na produção de hormônios da tireoide, que é essencial para o crescimento e desenvolvimento neurológico, intelectual e cognitivo do feto. “A gestante que tem uma grave deficiência de iodo pode sofrer um retardo do crescimento fetal, levando a uma possível disfunção futura no desenvolvimento intelectual do bebê”, explica Carla.
Toda gestante precisa de suplementação de iodo?
“Não dá para generalizar. O iodo pode ser obtido por meio dos alimentos, com o sal de cozinha. Mas como essa realidade nem sempre é a mais comum, os cuidados no pré-natal continuam sendo importantes para o obstetra avaliar a real necessidade da suplementação”, diz Carla. Cada gestante deve ser avaliada de acordo com seus hábitos alimentares – quanto mais alimentos orgânicos ela ingerir, por exemplo, menor será sua necessidade de suplementação. “O excesso do iodo também não é interessante, podendo causar distúrbios na tireoide, tratados com remédios com hormônio”, diz Carla.
Qual é a dosagem ideal?
Segundo a obstetra, o ideal é ingerir entre 200 e 400 mcg de iodo diariamente, sempre com indicação médica. Essa dosagem equivale, aproximadamente, a uma posta de salmão, uma xícara de leite integral, um ovo e duas fatias de queijo amarelo. “A gestante pode começar a suplementação mesmo antes de engravidar, levando o tratamento até o pós-parto”, completa Carla. Para quem não está grávida, o ideal é 150 mcg.
Não é novidade
Ainda em 2013, um estudo realizado por pesquisadores das Universidades de Bristol e Surey, ambas no Reino Unido, mostrou que a deficiência de iodo na gravidez pode afetar a inteligência de crianças em idade escolar. O estudo analisou mil famílias britânicas e identificou QIs mais baixos e dificuldades para leitura em crianças cujas mães tinham níveis de iodo abaixo do normal durante a gestação.